Um dia de cada vez
É o que tenho respondido, quando me perguntam pelo escritório ou pelo teams se "Está tudo bem?" ou "Como estás?".
Depois de expor a situação ao meu manager temporário e ver que nada mudava e agia como se estivesse tudo ok e eu não estivesse à beira de um esgotamento... passei a ser honesta. "Um dia de cada vez, estou estoirada, de rastos, toda taralhoca, prometo que não costumo ser assim" e ainda tento um sorriso cansado para ganhar a confiança daquele colaborador que vai fazer parte da equipa a quem dou suporte. Mas até eles veem, nas primeiras horas comigo do primeiro dia deles, que a forma como o meu telemóvel toca constantemente, como as pessoas me procuram a pedir ajuda, como o teams buzina e os emails caem, não é normal.
E veem a minha cara cansada porque já não o consigo esconder. Cada vez mais tenho optado por dize-lo em voz alta, para que toda a gente saiba e na esperança que assim haja pressão para algo mudar. Mas não vejo a luz ao fundo do túnel...
Até ao momento ainda só equacionei pedir baixa porque, honestamente de certeza que já estive mais longe de um esgotamento. E pode ser que seja isso que precisem para agir. Não equacionei procurar outro trabalho semelhante porque dificilmente encontraria algo do género que é algo que adoro e, especialmente, com os valores que recebo.
Mas verdade seja dita, o dinheiro não compra a saúde, e tomar calmantes para conseguir funcionar sem chorar de stresse no trabalho devido à carga e urgência, não é vida...
Vou deixar de ser sorrisos e alegre, passar a ser séria e inflexível para ver se algo muda. Vou aprender a responder "Não, não está tudo bem mas já dei conhecimento a quem de direito...".
Vou dar-lhes até Dezembro para mudarem a forma como me estão a tratar, se aguentar sã até lá... e depois logo vemos o que fazemos.