Estamos os dois empregados e vamos começar ambos a trabalhar na semana que vem. Já andamos a tratar do passe dele e eu vou ter que aprender o  caminho de carro para o trabalho. Temos horários semelhantes, mas não assim tão semelhantes quanto isso, porque vou fazer muitas horas seguidas. A oportunidade para nos vermos e falarmos, apesar de estarmos debaixo do mesmo tecto, vai ser apenas quando um dos dois estiver de folga ou conseguirmos que as folgas batam certas, nem que seja uma.

Tenho os meus momentos de incerteza e de medo por serem muitas horas seguidas, depois já estou ansiosa e curiosa pelo que vou ver e fazer. O meu primeiro e último trabalho foi tão traumatizante que isto aqui dentro é a montanha-russa dos sentimentos.

O sossego, de andar na rua sem ter medo fosse dia ou noite. Andava até se fosse com a mala do portátil ou da minha canon á vontade, a pé, de um lado para o outro.

De ter os correios á porta de casa, de demorar vinte minutos do IEFP, na segurança social, finanças ou até mesmo a tratar do cartão de cidadão. Dos supermercados não cheios de gente como os daqui.

Do verdadeiro calor, de comer amendoins na varanda ás duas da manhã e estar de t-shirt e calções. De estar a 15 minutos dos campos, das aldeias, para onde fugíamos e passeávamos. As lezírias, que dão vontade de fotografar todos os dias apesar de estar tudo igual, todos os dias.

Muito sinceramente, de Lisboa, só sentia falta da proximidade ás praias, dos transportes para todo o lado, do Colombo, Fórum e Cascaishopping. Não tinha Zara lá para cima, nem Bershka de homens! E os autocarros era quase de hora a hora.

Mas quando tem que ser, tem que ser. Eu vou regressar a Lisboa, ele vai mudar-se comigo.

Sim, não se preocupem em lançá-los. Vocês da escola e os senhores dos autocarros. É que Santarém é uma coisa tão maravilhosa no que diz respeito a horários que eu nem tenho que programar as coisas nem nada sabem? Não tenho autocarros para a escola nem para ir fazer o serviço, pelo menos nos que estão agora provisórios até dia 6 de Outubro. Depois disso vamos a ver se não me entalam ainda mais.

No ano passado acrescentaram novas rotas de autocarros. Estupidamente, em duas das mais importantes os autocarros passavam à mesma há mesma hora, em rotas semelhantes. Este ano retiraram essas rotas e outras. Temos quatro. E ainda temos essas quatro porque não podem cortar mais... É rídiculo ao ponto a que isto chegou. Já nem para ir de manhã há um horário decente.

Em Santarém só de carro mesmo.

Chegar à segurança social meia hora depois de abrir e sair meia hora depois de entrar. É não haver trânsito e a Feira da Agricultura estar ali à porta.

Depois de um pequeno grupo da população se juntar no evento do facebook e marcado uma data para limpar este monumento, património de Portugal, completamente deixado ao abandono, é que a Câmara, ao ver a data aproximar-se foi lá limpar a coisa. Dois dias antes de irmos nós.

E como voltou a ficar linda a Fonte :) é um dos raros exemplos da arquitectura civil gótica que perduram nos dias de hoje e de abastecimento de água às populações portuguesas desde a Idade Média.

Estas últimas foi a população.