Mais uma mente perturbada.
No passeio de uma rua estava sentada uma boneca de trapo dona de um sorriso tímido cozido com uma linha vermelha no rosto e uns olhos castanhos meigos em forma de botões de diferentes feitios. E apesar de não ter nariz sabia sempre quando é que havia flores frescas na florista da rua.
A boneca de trapo passava o dia ali sentada, sossegada e calada no seu canto. Mas não foi por isso que deixou de incomodar um grupo de crianças que passou ali um certo dia. Oh pobre boneca de trapo de mão em mão e jogada de pé em pé qual bola de futebol. Pareciam não conhecer o seu uso, mas também não se interessavam em descobrir o amor de que estava ela cheia.
Mal tratada e humilhada rende-se aos dissabores da vida. Pobre boneca de trapos que jaz suja no chão daquela rua com o sorriso de linha vermelha descosido, perdido algures.