http://www.youtube.com/watch?v=dWKg-1tyOV8
« Não imaginas o quanto me custa andar assim, o quanto dói. E ultimamente as pessoas fazem doer mais. É tão horrível ficar ali parada com as pessoas a perguntarem-me: Já falaste com a ana? Não tens saudades dela?
Porra! SIM TENHHO, e digo-o! Não que o facto de elas ficarem caladas me fosse ajudar a esquecer que morro de saudades, porque isso nunca vou esquecer. Nunca vou esquecer o quanto és importante, sim ainda és, e vais ser sempre. Porque tu és tudo o que sou e o que não sou. Reparei tarde demais que antes de isto nos acontecer nunca tinha chorado por ninguém, nunca tinha tido uma dor tão grande cá dentro, nunca tinha tido saudades de alguém. Estava sempre feliz, era tudo tão espontâneo, não faltava nada. Eu ria a sério, sorria com vontade. Agora não é assim. Posso estar rodeada de gente e a rir, mas eu não me sinto feliz, sinto-me normal. E quando chego a casa não penso que foi a melhor tarde de sempre, porque não foi. Porque nem nunca mais vou voltar a chegar a casa e pensar que foi a melhor tarde, e ficar ansiosa por ir para a escola no dia seguinte para voltar a estar com aquelas pessoas. Porque elas não me conhecem, não sabem o que me faz rir, não sabem do que gosto, para onde quero ir, o que quero fazer. Porque elas não iam estar lá para me ajudar a levantar se eu caísse. Desculpa-me por não ter estado lá quando caíste tu. »