Os meus pais redescobriram fotografias nossas numa pen minha que por lá andava perdida. 'Não as apagues!', disseram. 'Achas? Até no portátil as tenho', respondi prontamente. Lá vão continuar.

E lá estive a rever as recordações, para variar. A remexer nas feridas, para variar. A meter o dedo onde dói e a escarafunchar, a torturar-me, a conter as lágrimas azedas, a culpar-me. E apesar de poder ser interpretada de outra forma, hoje fi-lo unicamente para me proteger. Hoje tornas-te oficialmente parte do passado. Ou pelo menos vou tentar que assim o seja...

Não fazia nada de maneira diferente. Mas que tenho saudades, isso tenho. Vivo no presente com o passado sempre no bolso, junto a mim.